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- Em depoimento de delação premiada, consultor ligado à Toyo Setal acusou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de ter recebido US$ 5 milhões em propina para liberar contratos da Petrobras -Rio - Na véspera do recesso parlamentar regular do Congresso Nacional, duas novas informações sobre as operações de combate à corrupção do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) levaram mais tensão aos meios políticos em Brasília. E isso apenas dois dias após a Operação Politeia, nova etapa da Lava Jato, ter confiscado documentos, computadores, carros de luxo e outras possíveis provas na residência do ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL) e de outros políticos do PP e do PSB.
A notícia de maior impacto foi o início da investigação sobre o ex-presidente da República e líder máximo do PT Luís Inácio Lula da Silva. O Ministério Público Federal do Distrito Federal abriu a investigação para apurar indícios de que o ex-presidente teria praticado crime de tráfico de influência para conseguir contratos para a empreiteira Odebrecht na República Dominicana e em Cuba, entre 2011 e 2014.
Segundo a portaria que abre o Procedimento Investigatório Criminal, do dia 8 de julho, o ex-presidente "teria obtido vantagens econômicas da empreiteira Odebrecht, a pretexto de influir em atos praticados por agentes públicos estrangeiros, notadamente dos governos da República Dominicana e de Cuba (neste caso, em relação a obras financiadas pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social — BNDES), e por agentes públicos federais brasileiros".
O procurador da República no Distrito Federal, Valtan Furtado, responsável pelo processo, solicitou cópia de documentos da Operação Lava Jato que façam referência a obras executadas fora do Brasil, que tenham sido financiadas com recursos diretos ou indiretos do BNDES ou que tenham relação com Lula. O procurador pede ainda aos investigadores da Lava Jato cópia de dados bancários relativos a possíveis depósitos feitos pelas empreiteiras investigadas na conta do ex-presidente, do Instituto Lula ou da empresa Lils Palestras e Eventos e Publicidade.
Paralelamente, o consultor Júlio Camargo, ligado à empresa Toyo Setal, acusou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de ter recebido US$ 5 milhões em propina para liberar dois contratos da Petrobras entre os anos de 2006 e 2007. A acusação foi feita em depoimento de delação premiada realizado ontem na Justiça Federal do Paraná, em Curitiba.
Segundo Camargo, partiu do próprio Cunha a pressão para o pagamento da propina, que o atual presidente da Câmara teria lhe pedido pessoalmente. O dinheiro é referente a dois contratos de cerca de US$ 1,2 bilhão relativos a navios-sonda — projetados para perfuração submarina.
Em nota, Eduardo Cunha negou com veemência o conteúdo das acusações de Camargo, às quais chamou de mentiras, e desafiou o delator a comprová-las. "É muito estranho, às vésperas da eleição do Procurador Geral da República e às vésperas de pronunciamento meu em rede nacional, que as ameaças ao delator tenham conseguido o efeito desejado pelo Procurador Geral da República, ou seja, obrigar o delator a mentir", atacou o presidente da Câmara.
Ontem, na tribuna do Senado, Collor voltou a criticar a atuação do Ministério Público Federal. Ele propôs uma "uma agenda suprapartidária, isenta política e ideologicamente, de modo a atuar para garantir que o MPF retome suas atribuições e competências originais, com plena autonomia e liberdade, mas estritamente dentro de suas prerrogativas, dos limites constitucionais e dos princípios fundamentais do Direito".
No plenário, os senadores concluiram as votações da reforma política da Casa, aprovando a proibição de que institutos de pesquisa prestem serviço simultaneamente a partidos, campanhas e veículos de comunicação e a multa de até R$ 25 mil para propaganda eleitoral feita antes do dia 5 de julho do ano da eleição. Entretanto, deixaram para agosto a limitação de usos do Fundo Partidário.
fonte:http://brasileconomico.ig.com.br/brasil/politica/2015-07-17/ministerio-publico-vai-investigar-lula-por-suposto-trafico-de-influencia.html
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