As autoridades do Iêmen decidiram nesta quarta-feira fechar o aeroporto internacional de Sana como medida cautelar diante dos violentos confrontos entre as forças de segurança e as milícias tribais na capital e nos arredores do aeroporto.
"O aeroporto foi fechado para voos de maneira temporária por motivos de segurança", disse à agência Efe uma fonte do aeroporto, que preferiu não ser identificada.
Os confrontos entre as forças de segurança do governo e homens armados ligados ao influente líder tribal Sadeq bin Abdalá al Ahmar se intensificaram nesta quarta no bairro de Al Hasba, onde o líder reside, e se estenderam até a zona de Arhab, ao norte do aeroporto.
Como os aviões sobrevoam baixo nessa região, por medida de segurança, o local foi fechado. Entre os voos desviados estava um procedente do Cairo com destino à cidade portuária de Adén, e outro voo doméstico com destino à cidade de Taez. O Exército do Iêmen fechou todos os acessos à capital iemenita para evitar que mais milicianos partidários do líder tribal entrem na região.
Fontes militares informaram que o Exército iemenita está preparado para um confronto em Sana depois que os seguidores de Ahmad invadiram prédios públicos, entre eles a sede da empresa Iêmen Linhas Aéreas e dos ministérios do Turismo e da Indústria.
Forças iemenitas leais a Saleh vêm travando batalhas campais acirradas em Sanaa, desde segunda-feira, contra guardas de uma federação tribal poderosa cujos líderes tomaram o partido dos manifestantes que exigem o fim do governo de Saleh. Pelo menos 39 pessoas morreram nos enfrentamentos, sendo 22 policias já morreram e 15 seguidores de Abdalá al Ahmar.
As manifestações populares no Iêmen começaram no final de janeiro e pede a saída do presidente Ali Abdala Saleh do poder, cargo que ocupa há 33 anos.
'Estado falido'
Nesta quarta-feira, Saleh disse que o país não se tornará um Estado falido nem será arrastado para dentro de uma guerra civil, apesar dos confrontos acirrados na capital com membros armados de tribos.
"O Iêmen, espero, não se tornará um Estado falido ou uma nova Somália. A população ainda está ansiosa por uma transição pacífica do poder", disse ele à Reuters em uma entrevista coletiva.
"O que aconteceu foi um ato de provocação para nos arrastar para uma guerra civil, mas ele é limitado aos filhos de Ahmar. Eles carregam a responsabilidade por derramar o sangue de civis inocentes", disse Saleh, que também afirmou continuar disposto, em princípio, a assinar o acordo mediado pelo Golfo para encerrar seu governo, acordo do qual recuou na segunda-feira. Mas falou que não fará mais concessões
Saleh vem recusando acordos anteriores, mas sua reviravolta no domingo parece ter sido a mais contundente e se deu depois de homens armados leais a seu regime terem cercado diplomatas ocidentais e árabes dentro da embaixada dos Emirados Árabes Unidos durante horas.
Saleh disse que o acordo ainda está sobre a mesa. "Estou disposto a assinar, dentro de um diálogo nacional e com um mecanismo claro. Se o mecanismo for correto, assinaremos o acordo de transição do poder e abriremos mão do poder", disse.
"Não haverá mais concessões a partir de hoje", disse ele em seu palácio presidencial fortemente vigiado, cercado por assessores em ternos escuros.
Saleh disse que não tem planos de sair do Iêmen quando deixar o poder e que não tem medo de represálias legais. O acordo mediado pelo Golfo que ele vem resistindo em assinar lhe garantiria imunidade judicial, assegurando uma transição com dignidade.
"Vou permanecer no Iêmen. Vou presidir sobre meu partido e farei parte da oposição. Quem vai processar quem? Sou um cidadão normal. Farei a transferência do poder se eles (a oposição) vierem para a mesa de diálogo pacificamente", disse.
fonte:http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2011/05/25/confrontos-fecham-aeroporto-da-capital-do-iemen-presidente-nega-que-estado-esta-falido.jhtm
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