Ação do LinkedIn dispara mais de 80% em NY

Site levantou R$ 564 milhões com abertura de capital. Para analista, captação não é indício de bolha no setor

Jeff Weiner, CEO da LinkedIn, em apresentação da empresa

O LinkedIn vendeu o equivalente a US$ 352,8 milhões (R$ 564 milhões) em ações em seu processo de abertura de capital. A forte demanda pelo papel pode ser um sinal de quão importantes as redes sociais estão se tornando. O LinkedIn é a primeira companhia de redes sociais norte-americana a ter ações negociadas em bolsa. Uma série de outras empresas do setor deve seguir o movimento, incluindo Facebook, Groupon, Twitter e Zynga.

Na estreia em Bolsa, hoje, as ações da LinkedIn Corp subiam mais de 80%, retomando a lembrança do caso de amor vivido pelos investidores com a Internet no início do século. Às 11h21, as ações da operadora da rede social voltada para profissionais disparavam 87%, cotadas a US$ 84,1. Mais cedo, o papel chegou a cravar valorização de 97% sobre o preço do IPO, de US$ 45,0.

Embora Linkedin e as outras companhias do setor tenham modelos de negócio muito diferentes, cada uma delas faz grande sucesso em seu segmento e as estimativas de seu valor de mercado são surpreendentes. "As redes sociais são a estratégia mais eficiente para atrair consumidores no mundo", disse Saad Khan, sócio da empresa de capital de risco CMEA Capital.

"Será uma estratégia para atrair consumidores em todos os setores", acrescentou, explicando que redes sociais podem ajudar companhias a alcançar um número maior de clientes de forma mais eficiente. O LinkedIn, que permite usuários criarem perfis profissionais e é amplamente usado como ferramenta para busca de trabalho, elevou a faixa de preço estimada para sua ação na oferta pública inicial (IPO, em inglês) na terça-feira, para entre US$ 42 e US$ 45.

Com o IPO precificado em US$ 45 por ação (R$ 73), a companhia agora possui valor de mercado de US$ 4,25 bilhões. As ações do LinkedIn começaram a ser negociadas na Bolsa de Valores de Nova York com o código de "LNKD".

Sem bolha

Segundo Henry Blodget, analista de Wall Street que escreve para a Business Insider, a estreia não significa que o mundo esteja no meio de uma bolha de tecnologia. “As ações do LinkedIn podem muito bem estar sendo negociadas com um múltiplo elevado e, como outras na mesma situação, certamente carrega bastante risco. Mas há uma grande diferença entre múltiplos elevados e uma bolha.”

Na opinião do especialista, a LinkedIn é uma empresa estabelecida, que gerou cerca de US$ 250 milhões de receita no ano passado, e deve faturar mais de US $ 400 milhões este ano. Ele escreve na revista eletrônica que a companhia tem três fortes fontes de receitas: assinaturas de clientes Premium, de recrutamento empresarial e publicidade. “Eles ganham dinheiro. E têm uma grande oportunidade de crescimento. É por essas e outras razões que muitos investidores institucionais estão fazendo fila para comprar os papeis.”

Em sua análise, Blodget comenta a relação entre o preço estipulado pela empresa. Diz que o valor, de US$ 4 bilhões, é cerca de 10 vezes a receita deste ano projetada. “Isso indica um múltiplo elevado? Claro que sim. Mas é também um múltiplo que, dependendo do crescimento do LinkedIn ao longo dos próximos anos, poderia ser bem merecido.”

Para o analista, obviamente investidores conservadores não devem comprar ações do LinkedIn, assim como não devem comprar nenhum ativo de alto risco. “Mas gritar bolha! só porque o boom da Internet produziu mais uma empresa valiosa é ridículo. Será uma bolha de novo quando dezenas de empresas de baixa qualidade e sem negócios abram capital com avaliações de preço monstruosas – como fizeram no final da década de 1990.”

fonte:http://economia.ig.com.br/mercados/acao+do+linkedin+dispara+mais+de+80+em+ny/n1596964648177.html