Tiros com bala de borracha e explosões de bombas de gás lacrimogêneo acobertaram o som das palavras de ordem que pediam a legalização da maconha em São Paulo. Uma manifestação proclamada como ato pela 'liberdade de expressão' - devida à proibição instituída pelo Ministério Público do uso da palavra 'maconha' - foi duramente reprimida pela Polícia Militar no último sábado, que entrou em confronto para dispersar os manifestantes.
Segundo os organizadores do evento, cerca de mil pessoas participaram da passeata, que saiu do vão livre do Masp em direção à Rua da Consolação. Os manifestantes, convocados principalmente via redes sociais, carregavam faixas e cartazes reivindicando a livre expressão das suas opiniões, em resposta à proibição da 'Marcha da Maconha' pela Justiça. Apesar do veto, muitos ainda levavam mensagens em prol da legalização da droga.O conflito começou após os manifestantes ocuparem parte da Avenida Paulista. Enquanto seguiam em direção à Consolação, a Tropa de Choque avançou para cima dos participantes e iniciou as ações de repressão, atirando bombas de gás lacrimogêneo, disparando tiros de balas de borracha e dando cacetadas naqueles que reivindicavam a legalização da droga. Fotógrafos e jornalistas também foram atacados e tiveram equipamentos danificados.
Em nota publicada pelo Correio do Brasil, Marco Magri, um dos organizadores da Marcha, afirmou que "a polícia descumpriu o combinado" - se referindo à mudança do mote da passeata para reivindicar a 'liberdade de expressão'. "O que estávamos realizando era isso: uma passeata pela liberdade de expressão", argumentou. Apesar disso, alguns manifestantes levaram faixas e cartazes que mencionavam a droga.
Muitos participantes acabaram com olhos e garganta irritados por conta do gás atirado pela polícia. Carros que passavam por perto também foram atingidos. Mesmo em fuga, os manifestantes foram perseguidos pela Tropa de Choque que, segundo os participantes, agiu com truculência. As bombas eram recebidas aos gritos de "Polícia sem vergonha, seu filho usa maconha". Além de uma série de manifestantes, uma motorista também precisou ser socorrida por equipes médicas.
"Vi dezenas de pessoas levando a mão ao rosto, vi senhoras correndo com dificuldade para fugir da fumaça, um pasteleiro sufocado, encurralado pelo gás dentro de seu trailler. Queima, quimicamente falando. A pior coisa que já respirei", relatou o jornalista Bruno Nogueira em seu blog pessoal.
Durante os confrontos, seis pessoas foram presas pela PM e encaminhados para o 78º DP de São Paulo. Cerca de 400 participantes do protesto se dirigiram ao local para reivindicar a soltura dos detidos que, após assinarem um termo de descumprimento da decisão judicial, foram liberados.
Uma nova manifestação foi marcada para o próximo sábado (28), no vão do Masp, às 14h.
Manifestantes na marcha
Polícia avança
No Brasil
O mês de maio foi marcado por uma série de passeatas e manifestações que reivindicavam a legalização da maconha no Brasil. Em Curitiba/PR, a Marcha seguiu os rumos de São Paulo e, após ser proibida pela Justiça, se transformou em uma passeata pela 'liberdade de expressão' que reuniu cerca de 300 pessoas em frente à Universidade Federal do Paraná (UFPR), neste sábado (28).
Já em Recife, capital de Pernambuco, os manifestantes deixaram os gritos de guerra e marcharam ao som das músicas de Bob Marley. Cerca de 1.000 manifestantes tomaram as ruas do Recife Antigo.
Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a marcha não teve presença ostensiva da Polícia Militar e reuniu cerca de 600 manifestantes aos gritos de "Dilma Roussef, fumar maconha alivia o estresse"; "arroz, feijão, maconha e educação"; "maconheiro sim, criminoso não", "o latifúndio é uma vergonha, reforma agrária para plantar maconha". Em nenhuma destas três passeatas houve confronto com a PM.
No dia 7 de maio a Marcha foi realizada em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais - onde 7 foram presos. No mesmo dia, Vitória (ES) e Rio de Janeiro (RJ) receberam a marcha. Em passeata que foi do Leblon ao Arpoador, a Marcha da Maconha carioca foi a maior do País e reuniu cerca de 5 mil pessoas.Para o dia 28 de maio estão marcadas diversas passeatas por capitais do Brasil. Fortaleza, Florianópolis, Natal, Salvador e Belém devem receber manifestações. No dia 3 de junho, é a vez de Brasília virar palco das reivindicações pela legalização.
fonte:http://mtv.uol.com.br/memo/marcha-da-maconha-em-sp-e-reprimida-pela-pm-e-acaba-em-violencia
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