Em viagem à França após os ataques em Paris, o secretário de Estado americano, John Kerry, descreveu os militantes do grupo autodenominado Estado Islâmico como "monstros psicopatas". "Eles são monstros psicopatas. Não há nada de civilizado neles", afirmou, em pronunciamento na embaixada americana em Paris.
Kerry disse que a França é o amigo e aliado mais antigo dos EUA e que a única resposta possível aos ataques era a solidariedade.
Abdelhamid Abaaoud - terrorista estado islâmico - mentor dos ataques em paris
Foto: Reprodução
"Esta noite somos todos parisienses." Kerry está em Paris para se encontrar com o presidente da França, François Hollande. Desde os ataques que deixaram pelo menos 129 mortos em Paris, na sexta-feira, França e EUA reforçaram sua cooperação militar, aumentando a troca de informações de inteligência para ajudar os ataques da França contra o Estado Islâmico.
A França voltou a realizar ataques aéreos na Síria na manhã desta terça-feira. Segundo as Forças Armadas, foram destruídos um centro de comando e um centro de treinamento em Raqqa, considerada a capital do grupo extremista. Bombardeios já haviam sido realizados na no domingo.
Na segunda-feira (16), Hollande prometeu "destruir" o grupo autodenominado Estado Islâmico, que assumiu a autoria dos ataques.
Falando ao Parlamento, Hollande afirmou que o país vai intensificar suas operações na Síria – onde os ataques "foram decididos e planejados", segundo ele – e sugeriu uma mudança na Constituição para dar às autoridades o poder de expulsar mais rapidamente estrangeiros que apresentem risco à ordem pública. "Acredito que devemos modificar nossa Constituição para que possamos nos permitir lutar de maneira eficiente contra o terrorismo", afirmou.
Segundo o presidente, o Parlamento se encontrará na quarta-feira para discutir a extensão do estado de emergência vigente no país por mais três meses. Ele afirmou ainda que as forças de segurança francesas receberão esforços adicionais, para que voltem aos níveis de 2007. São eles:
Mais 5 mil policiais nos próximos dois anos;
Mais 2,5 mil vagas no sistema prisional e judiciário francês;
Mais 1 mil funcionários para o controle em aeroportos e fronteiras;
Nenhum corte nas forças armadas até 2017;
Mais computadores e recursos de informação para a Defesa.
Nesta segunda-feira, o Estado Islâmico divulgou dois novos vídeos de propaganda de militantes no Iraque, comemorando os ataques em Paris e ameaçando Washington, capital dos Estados Unidos.
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De acordo com o BBC Monitoring, equipe de monitoramento da mídia internacional da BBC, os vídeos mostram trechos de uma mensagem de setembro de 2014 do líder do EI, Abu-Muhammad al-Adnani, incitando os chamados ataques de "lobos solitários" (pessoas que trabalham sozinhas) em países que fazem parte da coalizão militar contra o grupo.
Combatentes do EI falando nos vídeos reiteram a incitação à violência e dizem que os ataques em Paris aconteceram por vingança pelo fato de "o governo francês matar muçulmanos".
Dois acusados
Na manhã desta terça-feira (17), autoridades continuam as buscas a um dos suspeitos, Salah Abdeslam. O homem, nascido na Bélgica, é considerado suspeito-chave.
Na segunda-feira (16), autoridades belgas indiciaram duas pessoas presas após os ataques em Paris. Um comunicado do gabinete do promotor de Justiça da Bélgica diz que os dois foram acusados "de ato terrorista e participação nas atividades de um grupo terrorista". Outras cinco pessoas presas durante o fim de semana foram libertadas sem indiciamento.
O gabinete também afirmou que nenhuma prisão foi feita na busca realizada nesta segunda-feira em uma casa no distrito de Molenbeek, em Bruxelas, vasculhada pela polícia durante quatro horas. Os policiais também não conseguiram novas provas. O objetivo da operação era buscar um dos suspeitos dos ataques em Paris, Salah Abdeslam.
Salah Abdeslam foi considerado "perigoso" por autoridades, seu irmão foi libertado sem acusações
Foto: Polícia da França
Mais cedo, uma casa chegou a ser cercada por policiais no distrito de Molenbeek, onde Abdeslam estaria escondido. Mas ele não foi encontrado e permanece foragido. O suspeito, de nacionalidade francesa, tem 26 anos e teria alugado um VW Polo achado próximo à casa de shows Bataclan, onde 89 pessoas foram mortas. O carro teria sido usado pelos atiradores.
No sábado (14), ele foi visto dentro de outro veículo com dois homens perto da fronteira da Bélgica. Eles chegaram a ser parados pela polícia, mas acabaram liberados após o carro em que estavam ser vistoriado.
Um dos irmãos de Abdeslam, Brahim, foi identificado como sendo um dos homens-bomba que morreram no local. Outro irmão de Abdeslam, Mohamed, foi preso na manhã desta segunda-feira, mas acabou liberado pela polícia.
Suspeitos
A advogada de Mohamed, Natalie Gallant, disse que ele só soube nesta segunda-feira que um de seus irmãos, Brahim, havia morrido.
Segundo ela, o foco de Mohamed está agora em cuidar de sua família e manter o emprego que tem há dez anos em meio à repercussão negativa das notícias envolvendo seus irmãos. Inicialmente, Mohamed havia sido apontado como um dos suspeitos dos ataques em Paris. Os outros são:
Brahim Abdeslam, de 31 anos – atirador, morreu na casa de shows Bataclan
Omar Ismail Mostefai, de 29 anos, francês – morreu na casa de shows Bataclan
Bilal Hadfi, de 20 anos – morreu no estádio Stade de France
Samy Amimour, de 28 anos, francês – morreu na casa de shows Bataclan
Homem com passaporte com nome de Ahmad Al-Mohammad, de 25 anos, sírio – morreu no estádio Stade de France
Salah Abdeslam, de 26 anos, irmão de Brahim Abdeslam – foragido
Operações policiais
Entre a noite de domingo e a manhã de segunda-feira, a polícia francesa realizou 168 operações em 11 cidades francesas e em bairros de Paris, de acordo com a mídia local.
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, afirmou acreditar que militantes islâmicos possam estar planejando novos ataques na França e em outros países europeus. Valls disse que serviços de inteligência franceses frustraram cinco ataques desde meados deste ano. Segundo ele, a França enfrenta um "exército terrorista" e não um único grupo, e que as ações da semana passada foram organizadas na Síria.
O grupo autodenominado "Estado Islâmico", que controla partes da Síria e do Iraque, assumiu a autoria dos atentados em Paris. Bares, restaurantes, uma casa de espetáculos e os arredores do estádio Stade de France foram atingidos em horário de grande movimento na noite de sexta-feira.
"O 'Estado Islâmico' não pode vencer esta guerra contra a gente, mas esta organização terrorista está tentando nos enfraquecer, nos dividir", disse Valls à rádio RTL.
Mais cedo, a líder do partido de extrema direita francês Frente Nacional, Marine Le Pen, pediu a "interrupção imediata de toda a entrada de migrantes na França". Segundo ela, a decisão deve ser tomada "como precaução" pela "segurança dos franceses".
Na Alemanha, um refugiado argelino foi preso depois de ter supostamente alertado conhecidos, na semana passada, sobre um ataque iminente a Paris, segundo Werner Wolff, porta-voz do promotor de Justiça.
Segundo a agência de notícias Associated Press, o homem não identificado de 39 anos teria sido preso em um abrigo para refugiados na cidade de Arnsberg, no oeste da Alemanha, depois de dois sírios contatarem a polícia no sábado.
De acordo com Wolff, as testemunhas teriam ouvido do homem que Paris seria submetida a "medo e terror".
Futebol
Nesta terça-feira (17), a Bélgica anunciou o cancelamento do amistoso contra a seleção espanhola por "questões de segurança". O jogo seria realizado nesta terça-feira, e os jogadores espanhóis já estavam em Bruxelas para a partida.
O governo belga, porém, alertou para as crescentes ameaças à segurança, e a federação de futebol local decidiu, então, suspender a partida. Um dos alvos dos ataques de sexta-feira foi o Stade de France, onde a seleção francesa enfrentava a Alemanha.
Nesta terça-feira (17), a França enfrentará a Inglaterra no estádio de Wembley, em Londres. O arco de Wembley será iluminado com as cores vermelho, branco e azul, da bandeira da França, para mostrar solidariedade.
Haverá reforço no policiamento do jogo, inclusive com policiais armados - a maior parte dos policiais da Inglaterra não usa armas. Telões do lado de fora do estádio já estão mostrando o lema francês "liberdade, igualdade, fraternidade".
Antes do início da partido, a letra do hino nacional francês, a Marselhesa, será exibida para que todos torcedores possam cantar em demonstração de solidariedade.
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