Há 100 anos o físico Albert Einstein publicava a Teoria da Relatividade Geral, que mudou a forma como tempo e espaço são vistos e abrindo alas para diversas outras teorias e pensadores. Nascido na Alemanha em 1879, o cientista teve cidadania suíça, austríaca e americana, mas tinha sérios questionamentos em torno do significado de pátria. Vindo de uma família judaica, Einstein também tinha opiniões marcadas sobre as religiões e, mais especificamente, a existência de um Deus. Separamos seis reflexões do físico em torno de seu campo de atuação, política, religião e sociedade para celebrar o centenário da publicação de sua teoria mais famosa. Conheça:
"Você entende a relatividade quando vê que duas horas próximo a sua namorada parecem um minuto. Ponha sua mão num forno quente por um minuto, e isto lhe parecerá duas horas. Isto é relatividade" A Teoria Geral da Relatividade foi publicada por Einstein em 1915, após o desenvolvimento das teoria Especial da Relatividade, divulgada dez anos antes. Na versão geral, Einstein questiona a Teoria da Relatividade como ela foi apresentada por Galileu Galilei: enquanto o italiano afirmava que a descrição de um movimento dependia do referencial escolhido e que nos referenciais inerciais não há variação das leis da física, o cientista alemão mostrou que há variação sim, pois as leis do eletromagnetismo não são as mesmas em todos os referenciais. Basicamente, o tempo não é um conceito universal e sim referencial. Ou seja, para quem está parado, ele parece passar mais rápido do que para quem está em movimento. Tudo depende do ponto de vista.
“A massa e a energia são equivalentes” Em E = mc² demonstra-se que a energia é igual à massa multiplicada pelo quadrado da velocidade da luz. A fórmula, considerada uma das mais populares da história, mostra que massa e energia são “manifestações diferentes da mesma coisa”, como afirma Einstein.
“Os melhores cientistas também são artistas” Dedicado a instrumentos musicais como o violino e o piano, o físico era um grande defensor da imaginação como forma de conhecimento. “O conhecimento é limitado. A imaginação envolve o mundo, estimulando o progresso e dando origem à evolução. Ela é, de maneira rigorosa, um fator real na pesquisa científica”, afirmou ele. Para Einstein, a ciência não vinha da lógica e sim por meio da intuição. Durante uma conferência de física em Quioto, no Japão, em 1922, o cientista afirmou que nunca pensava em símbolos lógicos ou equações matemáticas, mas em imagens, sentimentos e até arquiteturas musicais.
“Não podemos resolver os nossos problemas com a mesma mentalidade de quando os criamos” Em 1887, ao estudar a natureza eletromagnética da luz, Heinrich Hertz percebeu que a luz poderia criar faíscas. A ideia foi aperfeiçoada por vários cientistas ao longo dos anos até que, em 1905, Einstein criou uma teoria para explicar o efeito fotoelétrico. Trata-se de um fenômeno no qual os elétrons são emitidos de uma superfície de matéria quando a luz a atinge. Esta consiste em pequenas partículas, ou fótons, que carregam energia proporcional à frequência da luz. Os elétrons da matéria que absorvem a energia dos fótons é expelida. Para o físico, o efeito só poderia ser explicado se a luz se comportasse como uma partícula, não uma onda, o que abriu as portas para que hipóteses de que a luz pode se comportar das duas formas começassem a surgir. O cientista ganhou um Prêmio Nobel de Física por conta dessa descoberta e outras contribuições à ciência em 1921.
"O problema do homem não está na bomba atômica, mas no seu coração" Poucos meses antes dos ataques à Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945, a revista americana Time publicou uma edição com o rosto de Albert Einstein estampado na capa, bem como a imagem da explosão de uma bomba com a fórmula E = mc² escrita dentro dela. A publicação afirmava que apesar de não ter trabalhado diretamente na bomba atômica, ela estava relacionado a ela de duas maneiras: foi sua iniciativa que fez com que os Estados Unidos começassem a pesquisar sobre a arma e foi a equação (a mesma da capa) que fez com que a bomba fosse possível. O cientista de fato ajudou outros cientistas a formular uma carta ao presidente Roosevelt a respeito do poder do urânio, mas nunca chegou a trabalhar diretamente no projeto da bomba. O físico, inclusive, tinha muitos questionamentos em torno de guerras e patriotismo. Certa vez, ele escreveu que considerava o nacionalismo “uma doença infantil”, “o sarampo da raça humana”. “A paz não pode ser conquistada pela força, só pela compreensão”, afirmou. Einstein também defendeu o socialismo contra o capitalismo no ensaio “Por que o socialismo?”.
"Através da leitura de famosos livros de ficção científica, logo cheguei à conclusão de que muitas das histórias da Bíblia não poderiam ser verdadeiras" A família do cientista era judaica, crença que ele só seguiu até os 12 anos. Einstein acreditava no panteísmo, ou seja, na visão de Deus e o Universo como uma só coisa. Ele desdenhava a possibilidade de um Deus pessoal. “O que vejo na natureza é uma estrutura maravilhosa que só conseguimos compreender imperfeitamente e isso deve preencher um ser humano pensante com um sentimento de humildade. Esse é um sentimento religioso genuíno que nada tem a ver com misticismo”, disse.
*Com supervisão de André Jorge de Oliveira
fonte:http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2015/11/6-reflexoes-que-vao-te-introduzir-ao-pensamento-de-albert-einstein.html
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