Assembleia Geral da ONU declara referendo da Crimeia como ilegal e inválido

quinta-feira, 27 de março de 2014


iG São Paulo
Resolução pela integridade territorial ucraniana é aprovada por 100 votos e rejeitada por 11; 57 se abstiveram, incluindo Brasil
Em uma rejeição surpreendentemente forte a Moscou, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução não vinculante nesta quinta-feira afirmando a integridade territorial da Ucrânia e declarando que o referendo da Península da Crimeia, realizado no começo deste mês e apoiado pelo Kremlin sobre a secessão da Ucrânia e união à Rússia, é ilegal.
Na assembleia de 193 países, 100 votaram a favor, 11 contra e 58 se abstiveram - incluindo o Brasil. Também houve 24 países que não participaram da votação. Diplomatas do Ocidente disseram que o número de votos a favor foi mais alto do que o esperado, mesmo com o que chamaram de esforços lobistas agressivos de Moscou contra a resolução patrocinada por Kiev.
Embora a Ucrânia tenha muita simpatia entre os Estados-membros da ONU, a Rússia tem muita influência. Ambos os lados fizeram um forte lobby antes da votação, e os diplomatas previram um significativo número de abstenções e um máximo de 80 a 90 países apoiando a resolução. O documento adotado nesta quinta diz que o referendo não tem "nenhuma validade" e pede que os países e organizações não reconheçam a anexação pela Rússia.
Em resposta à Crimeia: Potências suspendem participação da Rússia no G8
Apesar de sanções do Ocidente: Presidente da Rússia completa anexação da Crimeia
Um número tão alto de votos "sim", representando mais da metade dos 193 Estados-membros, foi um sinal da raiva internacional contra a invasão em câmera lenta da Rússia na Crimeia. "Esse apoio veio de todos os cantos do mundo, o que mostra que isso não é apenas uma questão regional, mas uma questão global", disse o chanceler ucraniano, Andriy Deshchytsia. "É a mensagem de que o mundo está unido e a Rússia, isolada", acrescentou.
Veja fotos da presença militar russa na Crimeia:
Homens armados não identificados caminham em área perto de unidade militar ucraniana em Simferopol, Crimeia (18/3)
Homens armados não identificados caminham em área perto de unidade militar ucraniana em Simferopol, Crimeia (18/3)
Foto: AP
Soldado armado, provavelmente russo, anda perto de uma base militar ucraniana na aldeia de Perevalnoye (9/3)
Soldado armado, provavelmente russo, anda perto de uma base militar ucraniana na aldeia de Perevalnoye (9/3)
Foto: Reuters
Um homem armado, que se acredita ser um soldado russo, anda perto da base naval ucraniana na Crimeia, no porto de Yevpatory (8/3)
Um homem armado, que se acredita ser um soldado russo, anda perto da base naval ucraniana na Crimeia, no porto de Yevpatory (8/3)
Foto: Reuters
Marinheiro observa navio inativo Ochakov, que foi afundado por tropas russas e bloqueou o tráfego de cinco embarcações ucranianas em Myrnyi, oeste da Crimeia, Ucrânia (6/3)
Marinheiro observa navio inativo Ochakov, que foi afundado por tropas russas e bloqueou o tráfego de cinco embarcações ucranianas em Myrnyi, oeste da Crimeia, Ucrânia (6/3)
Foto: AP
Criança brinca perto de soldado russo (D) enquanto soldados ucranianos observam do outro lado do portão de base em Perevalne, Crimeia (4/3)
Criança brinca perto de soldado russo (D) enquanto soldados ucranianos observam do outro lado do portão de base em Perevalne, Crimeia (4/3)
Foto: AP
Soldado pró-Rússia bloqueia base naval na vila de Novoozerne, Crimeia, na Ucrânia (3/3)
Soldado pró-Rússia bloqueia base naval na vila de Novoozerne, Crimeia, na Ucrânia (3/3)
Foto: AP
Grupo de homens armados sem emblemas em uniformes cortam luz do Quartel-General das forças navais ucranianas em Sevastopol, Crimeia, Ucrânia (2/3)
Grupo de homens armados sem emblemas em uniformes cortam luz do Quartel-General das forças navais ucranianas em Sevastopol, Crimeia, Ucrânia (2/3)
Foto: AP
Comboio russo se move de Sevastopol para Sinferopol na Crimeia, Ucrânia (2/3)
Comboio russo se move de Sevastopol para Sinferopol na Crimeia, Ucrânia (2/3)
Foto: AP
Homem com uniforme sem identificação monta guarda enquanto tropas tomam controle de escritórios da Guarda Costeira em Balaklava, em Sevastopol (Crimeia), na Ucrânia (1/3)
Homem com uniforme sem identificação monta guarda enquanto tropas tomam controle de escritórios da Guarda Costeira em Balaklava, em Sevastopol (Crimeia), na Ucrânia (1/3)
Foto: AP
Soldados em uniformes sem identificação montam guarda em Balaklava, nos arredores de Sevastopol, na ucraniana Península da  Crimeia (1/3)
Soldados em uniformes sem identificação montam guarda em Balaklava, nos arredores de Sevastopol, na ucraniana Península da Crimeia (1/3)
Foto: AP
Emblema em veículo e placas de outros carros indicam que tropas são do Exército russo (1/3)
Emblema em veículo e placas de outros carros indicam que tropas são do Exército russo (1/3)
Foto: AP
Homens armados não identificados e vestidos com uniformes de camuflagem bloqueiam a entrada do prédio do Parlamento da Crimeia em Simferopol, Ucrânia (1/3)
Homens armados não identificados e vestidos com uniformes de camuflagem bloqueiam a entrada do prédio do Parlamento da Crimeia em Simferopol, Ucrânia (1/3)
Foto: AP
Homens armados não identificados bloqueiam entrada de Parlamento da Crimeia em Simferopol, Ucrânia (1/3)
Homens armados não identificados bloqueiam entrada de Parlamento da Crimeia em Simferopol, Ucrânia (1/3)
Foto: AP
Homem armado não identificado com uniforme de camuflagem bloqueia estrada que leva a aeroporto militar em Sevastopol, na Crimeia
Homem armado não identificado com uniforme de camuflagem bloqueia estrada que leva a aeroporto militar em Sevastopol, na Crimeia
Foto: AP
Soldados em uniformes sem identificação montam guarda durante tomada de controle de escritórios da Guarda Costeira em Balaklava, Crimeia, na Ucrânia (1/3)
Soldados em uniformes sem identificação montam guarda durante tomada de controle de escritórios da Guarda Costeira em Balaklava, Crimeia, na Ucrânia (1/3)
Foto: AP
Soldados em uniformes sem identificação montam guarda durante tomada de controle de escritórios da Guarda Costeira em Balaklava, Crimeia, na Ucrânia (1/3)
Soldados em uniformes sem identificação montam guarda durante tomada de controle de escritórios da Guarda Costeira em Balaklava, Crimeia, na Ucrânia (1/3)
Foto: AP
Soldados em uniformes sem identificação montam guarda nos arredores de Sevastopol, na ucraniana Crimeia
Soldados em uniformes sem identificação montam guarda nos arredores de Sevastopol, na ucraniana Crimeia
Foto: AP
Homem com uniforme sem identificação patrula aeroporto de Simferopol, na Ucrânia (28/2)
Homem com uniforme sem identificação patrula aeroporto de Simferopol, na Ucrânia (28/2)
Foto: AP
Para ele, esse forte apoio reafirma a garantia de integridade territorial da Carta da ONU e "dará a uma grande maioria de países um argumento adicional" para "uma ação mais forte e concreta" contra a Rússia.
Segunda: Ucrânia ordena a retirada de suas tropas da Crimeia
Sexta: União Europeia e Ucrânia assinam acordo histórico de associação
Moscou foi capaz apenas de atrair dez outros votos não - Armênia, Bielo-Rússia, Bolívia, Cuba, Coreia do Norte, Nicarágua, Sudão, Síria, Venezuela e Zimbábue.
Mas o embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Churkin, caracterizou a votação de "uma vitória moral para a diplomacia russa, porque um número cada vez maior de países começaram a entender a complexidade da situação e os motivos por trás das ações da Crimeia e da Federação Russa".
"O fato que quase metade dos membros da ONU se recusaram a apoiar tal resolução é encorajador", disse Churkin. "Então é uma tendência encorajadora e acho que ela se tornará cada vez mais forte."
Chefe de gabinete incluído: EUA impõem sanções contra aliados de líder russo
Dia 17: UE e EUA anunciam sanções contra russos e ucranianos
Diferentemente do mais poderoso Conselho de Segurança, as resoluções da Assembleia Geral não podem ser vetadas, mas não são legalmente vinculantes. A Rússia bloqueou a ação no Conselho de Segurança, onde tem poder de veto por ser um de seus cinco membros permanentes. Apesar disso, os conselho de 15 membros realizou oito reuniões sobre a Ucrânia à medida que as potências ocidentais buscaram manter a pressão sobre Moscou.
A Crimeia está no centro da maior crise geopolítica da Europa desde o fim da Guerra Fria (1947-1991). As tropas russas assumiram o controle da península ucraniana, onde está baseada a Frota do Mar Negro da Rússia, e Moscou oficialmente anexou na semana passada a Crimeia depois do referendo.
Dia 6: EUA impõem sanções contra envolvidos em ameaças à soberania da Ucrânia
Dia 6: UE suspende negociações econômicas e de vistos com a Rússia
O tumulto na Crimeia é resultado de meses de protestos antigoverno e de explosões de violência que levaram à queda do presidente pró-Rússia Viktor Yanukovych, que fugiu do país no ano passado.
*Com AP e Reuters


fonte:http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2014-03-27/assembleia-geral-da-onu-declara-referendo-da-crimeia-como-ilegal-e-invalido.html
Share this article :

0 comentários:

Speak up your mind

Tell us what you're thinking... !

Postagens populares

 
Copyright © 2011. Super Informante - All Rights Reserved