No último dia 18, uma entrevista de um ilustre desconhecido abalou os corações dos usuários da Netflix. Dai Taitz, diretor de operações da Penthera (empresa que trabalha em vídeo móvel) afirmou que até o final do ano o serviço de streaming terá exibição offline, que permitirá assistir a programação sem conexão com a internet. Claro, quem usa o serviço ficou bem animado. E embora a empresa não tenha comentado o assunto, existem muitas razões para acreditar que a mudança é real. Confira e torça!
A concorrência já faz isso
Embora não disponível no Brasil, alguns concorrentes da Netflix nos Estados Unidos, principal mercado das empresas, já disponibilizam exibição offline. Lançado em abril, o Amazon Prime Video permite download. O YouTube também já conta com recurso similar. Para impedir que os usuários migrem de plataforma, a Netflix pode acabar cedendo.
A conexão de alguns países
Em alguns países considerados vitais para a Netflix, as conexões são ruins, com sinal intermitente, o que causa uma péssima experiência para streaming de vídeo. Num ranking divulgado no começo de outubro pela Netflix, Brasil e Índia apareceram entre as 10 piores conexões numa lista com 41 países. Acontece que Brasil e Índia são muito importantes para a empresa — tanto que os dois países ganharão até produções locais. O download permitiria maior flexibilidade para a transmissão nesses lugares, e protegeria a fuga de usuários insatisfeitos com a experiência.
Conteúdo original
Um dos rumores é de que o serviço offline contemplará apenas as produções originais da Netflix, como as séries de heróis da Marvel, Narcos e Stranger Things. Faz todo o sentido, pois um dos maiores pontos de atrito entre a empresa são as negociações com os estúdios de cinema pelos direitos de exibição de suas obras. Os donos dos direitos dessas obras certamente vão exigir uma graninha a mais para exibição offline. Já os direitos das produções Netflix pertecem apenas a empresa, que pode escolher com mais facilidade o método de transmissão dos programas. Além disso, em setembro, o responsável pela tecnologia do site, David Wells, afirmou que a Netflix deseja que suas produções originais correspondam a 50% do conteúdo do serviço. Ou seja, na pior das hipóteses, você poderá assistir offline a metade de tudo aquilo disponível na própria Netflix.
Combate a pirataria
Ainda assim, por mais que o estúdios de Hollywood endureçam o jogo, é melhor para eles estar na Netflix do que não estar. Diversos estudos indicam que serviços de streaming, tanto de música quanto de filmes, diminuem os índices de pirataria. No ano passado, a Austrália chegou a essa conclusão. Em junho, foi o Reino Unido que percebeu que quando o usuários tem uma opção boa e barata à mão, o download ilegal é deixado de lado. Se a Netflix não oferecer exibição offline, é provável que muitos daqueles que gostam de baixar arquivos (em vez de fazer streaming) recorram ao download ilegal. Para os estúdios, a lição é: melhor alguma graninha do que nada.
Pirataria (parte 2)
O mais bizarro desse lance de pirataria: tem assinante do Netflix que, por preferir/necessitar de exibição offline, recorre a métodos piratas para baixar conteúdo do site. Isso, claro, não faz sentido e a empresa vai tentar solucionar o problema.
Disputa com canais a cabo
Há alguns anos, fala-se que a Netflix rouba território dos canais pagos — o problema, inclusive, já é sentido pelas operadoras brasileiras. Um relatório da consultoria americana cg42 estima que no ano que vem as operadoras americanas devem perder US$ 1 bilhão. Para competir com as operadoras, só falta um recurso à Netflix: exibição offline. A empresa de streaming tem conteúdo original, acordo com grandes estúdios e flexibilidade no horário para exibição. Porém, se o sinal de internet desaparecer, nada disso está disponível. Enquanto isso, os canais pagos continuam funcionando quando a internet fica fora do ar. Com a exibição offline, esse problema desaparece e seria mais um movimento importante para fazer frente às TVs pagas.
Discurso amolecendo
Em 2014, Cliff Edwards, diretor de tecnologia da Netflix, afirmou em entrevista que exibição offline "nunca iria acontecer". Em abril deste ano, Reed Hastings, o executivo-chefe da empresa, já havia amolecido o discurso. Ele afirmou que a Netflix deveria manter a mente aberta para o assunto. Parece que, pelo menos no discurso, a mudança se aproxima.
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fonte:http://revistagalileu.globo.com/Tecnologia/noticia/2016/10/7-razoes-para-acreditar-que-netflix-lancara-o-modo-offline-em-breve.html
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