O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou um projeto-piloto para utilizar uma ferramenta de inteligência artificial na análise de processos e na elaboração de minutas de decisões. O sistema, chamado \"Victor 2.0\", é capaz de ler milhares de páginas de documentos, identificar os temas jurídicos centrais, pesquisar a jurisprudência aplicável e sugerir um rascunho de voto para os ministros. O objetivo é acelerar o julgamento de recursos repetitivos e processos de menor complexidade, liberando os gabinetes para se dedicarem a casos mais relevantes. A presidência do STF garante que a tecnologia é uma ferramenta de apoio e que a decisão final continuará sendo exclusivamente humana. Advogados e juristas veem a iniciativa com otimismo, mas também com cautela, destacando a importância da transparência e da supervisão para evitar vieses algorítmicos. O Victor 2.0 foi desenvolvido em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e utiliza redes neurais e processamento de linguagem natural para analisar os processos. O sistema é capaz de identificar os argumentos das partes, as provas produzidas e as decisões de instâncias inferiores. Com base nessa análise, ele elabora uma minuta de voto, que é então revisada e complementada pelo ministro relator e sua equipe. A expectativa é que o uso da inteligência artificial possa reduzir o tempo de tramitação dos processos no STF, que hoje tem um acervo de mais de 20 mil processos. A tecnologia também pode ajudar a padronizar a jurisprudência da corte, evitando decisões conflitantes em casos semelhantes. O projeto-piloto está sendo implementado em um dos gabinetes do STF e, se os resultados forem positivos, a tecnologia poderá ser expandida para os demais. A iniciativa do STF se insere em um movimento global de modernização do Poder Judiciário, com o uso de tecnologia para tornar a justiça mais ágil e eficiente.
Fonte original: https://www.tecmundo.com.br/software/289501-ia-comeca-ser-usada-julgamentos-stf-agilizar-processos.htm
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