Desmatamento na Amazônia atinge a menor taxa em 10 anos, aponta relatório

Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que o desmatamento na Amazônia Legal registrou uma queda significativa, atingindo a menor taxa dos últimos dez anos. O relatório, baseado em dados do sistema de monitoramento por satélite PRODES, indica uma redução de 22,3% na área desmatada em comparação com o período anterior. A área total desmatada foi de 9.001 quilômetros quadrados, um número ainda alarmante, mas que representa uma reversão na tendência de alta observada nos anos anteriores. A Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima atribuiu a queda a uma série de fatores, incluindo o aumento da fiscalização, a aplicação de multas mais rigorosas e a retomada de políticas de proteção ambiental que haviam sido enfraquecidas. Ela destacou a importância da cooperação internacional e do apoio financeiro de países parceiros para o fortalecimento das ações de combate ao desmatamento. Durante a apresentação dos dados, a ministra anunciou um novo pacote de medidas para intensificar a proteção da floresta, que inclui a contratação de mais fiscais para o IBAMA e o ICMBio, a expansão de áreas de monitoramento por satélite em tempo real e a criação de novas unidades de conservação. Além disso, o governo planeja investir em bioeconomia, incentivando atividades econômicas sustentáveis que mantenham a floresta em pé e gerem renda para as comunidades locais. Apesar dos resultados positivos, organizações não governamentais alertam que a luta contra o desmatamento está longe de terminar. Elas apontam que a pressão sobre a floresta continua alta, impulsionada pela expansão do agronegócio, a mineração ilegal e a grilagem de terras. As ONGs defendem a necessidade de um plano de longo prazo que envolva não apenas a fiscalização, mas também a regularização fundiária, o ordenamento territorial e o fortalecimento da agricultura familiar e de práticas agroecológicas. O relatório do INPE também revelou que, embora o desmatamento geral tenha diminuído, houve um aumento preocupante em algumas áreas específicas, especialmente em terras indígenas e unidades de conservação, que continuam sendo alvos de invasores. Isso demonstra a necessidade de ações direcionadas e de uma presença constante do Estado nessas regiões mais vulneráveis para garantir a proteção efetiva da biodiversidade e dos povos da floresta.

Fonte original: https://g1.globo.com/natureza/noticia/2023/11/09/desmatamento-na-amazonia-cai-223-e-atinge-a-menor-taxa-desde-2018-aponta-inpe.ghtml

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