Dados recentes do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon indicam uma queda de 18% no desmatamento na Amazônia em junho de 2025, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Apesar da notícia positiva, o acumulado de devastação entre agosto de 2024 e julho de 2025 ainda é alarmante, somando 3.151 km² de floresta destruída, um aumento de 11% em relação ao período anterior. Este número reforça a urgência de intensificar as políticas de fiscalização e controle, mesmo que os esforços atuais já demonstrem algum resultado. Os estados do Amazonas, Mato Grosso e Pará continuam sendo os mais afetados, concentrando 79% de toda a área desmatada no período. Municípios como Apuí (AM) e Nova Maringá (MT) lideram o ranking da destruição, evidenciando que a pressão sobre a floresta permanece crítica em regiões específicas, impulsionada principalmente pela expansão da agropecuária, grilagem de terras, extração ilegal de madeira e mineração. A degradação florestal, muitas vezes precursora do corte raso, também atingiu níveis preocupantes. Entre agosto de 2024 e junho de 2025, quase 35 mil km² de floresta foram degradados por queimadas e extração seletiva de madeira, uma área maior que a capital de Rondônia, Porto Velho. Especialistas alertam que a degradação fragiliza o ecossistema, tornando-o mais suscetível a incêndios e acelerando a perda de biodiversidade. O governo federal e os órgãos ambientais, como o Ibama, têm intensificado as operações de combate aos crimes ambientais, com investimentos em fiscalização e a criação de políticas como o Manejo Integrado do Fogo. No entanto, a aprovação de projetos de lei que flexibilizam o licenciamento ambiental, como o chamado \"PL da Devastação\", gera grande apreensão entre ambientalistas e relatores da ONU, que temem um retrocesso de décadas na proteção ambiental e um aumento significativo do desmatamento legal e ilegal. A luta pela preservação da Amazônia é complexa e multifacetada, envolvendo a necessidade de articulação entre governos, setor privado e sociedade civil. Ações de comando e controle são essenciais, mas precisam ser acompanhadas por políticas de longo prazo que promovam uma economia sustentável para a região, valorizando a floresta em pé e garantindo o direito dos povos indígenas e comunidades tradicionais, que são os verdadeiros guardiões da biodiversidade amazônica.
Fonte original: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2025-06/queimadas-fazem-desmatamento-crescer-92-na-amazonia-em-maio
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