Líderes dos países da América do Sul se reuniram em Brasília para uma cúpula com o objetivo de relançar a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e fortalecer a integração regional. O encontro, convocado pelo presidente brasileiro, buscou superar as divergências ideológicas que levaram ao esvaziamento do bloco nos últimos anos e construir uma agenda comum em áreas como infraestrutura, saúde, defesa e combate ao crime organizado. Durante a cúpula, os presidentes discutiram a necessidade de aprofundar a cooperação econômica e comercial, reduzindo as barreiras e facilitando o fluxo de bens e serviços entre os países. Foi proposta a criação de um mercado comum sul-americano, inspirado no modelo da União Europeia, como um objetivo de longo prazo para o bloco. Outro tema central do encontro foi a necessidade de uma ação coordenada para a proteção da Amazônia e o desenvolvimento sustentável da região. Os líderes se comprometeram a trabalhar juntos no combate ao desmatamento, ao garimpo ilegal e a outros crimes ambientais, e a buscar financiamento internacional para projetos de bioeconomia e conservação. A área da saúde também foi pauta de destaque, com a proposta de criação de um instituto sul-americano de vigilância sanitária para a produção conjunta de vacinas e medicamentos e a preparação para futuras pandemias. A ideia é aproveitar as capacidades instaladas nos diferentes países para garantir a autossuficiência da região em insumos de saúde. Apesar do clima de otimismo e da vontade política de retomar a integração, a cúpula também expôs as dificuldades e os desafios que o bloco enfrenta. As diferentes visões sobre a crise na Venezuela e a relação com potências extrarregionais, como Estados Unidos e China, continuam sendo pontos de divergência. Ao final do encontro, os presidentes assinaram uma declaração conjunta, o \\\"Consenso de Brasília\\\", na qual se comprometem a trabalhar pela revitalização da Unasul e pela construção de uma América do Sul mais unida, pacífica e próspera. O documento estabelece um roteiro de ações para os próximos meses, que inclui a criação de grupos de trabalho para aprofundar as discussões sobre os temas prioritários. O sucesso da iniciativa dependerá da capacidade dos líderes de transformar o discurso em ações concretas e de manter o diálogo e a cooperação, apesar das diferenças políticas.
Fonte original: https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2023-05/lula-defende-retomada-da-unasul-para-integracao-da-america-do-sul
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