Corrida pela Energia de Fusão se Intensifica com Novos Investimentos e Avanços Globais

A busca pela energia de fusão nuclear, o processo que alimenta o Sol, está ganhando um impulso sem precedentes, com bilhões de dólares em investimentos públicos e privados impulsionando uma corrida tecnológica global. Considerada o \"Santo Graal\" da energia limpa, a fusão promete uma fonte de eletricidade praticamente ilimitada, segura e livre de emissões de carbono, utilizando como combustível isótopos de hidrogênio abundantes na água do mar. Recentemente, cientistas do National Ignition Facility (NIF), nos Estados Unidos, alcançaram um marco histórico ao replicar com sucesso a \"ignição\", uma reação de fusão que gera mais energia do que a consumida para iniciá-la. Esse avanço validou décadas de pesquisa e injetou um novo otimismo no setor. Agora, startups como a Commonwealth Fusion Systems (CFS), uma spin-off do MIT, planejam construir a primeira usina de fusão em escala de rede na Virgínia, com a meta de conectar à rede elétrica no início da década de 2030. A tecnologia central de muitos desses projetos é o \"tokamak\", um dispositivo em forma de anel que utiliza campos magnéticos poderosos para confinar um plasma superaquecido a temperaturas superiores a 100 milhões de graus Celsius, condições necessárias para que os núcleos atômicos se fundam. A China também entrou na corrida com força, lançando uma empresa estatal dedicada à energia de fusão e construindo seu próprio tokamak experimental, apelidado de \"sol artificial\". Projetos colaborativos internacionais, como o ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor) na França, reúnem a expertise de 35 países para construir o maior tokamak do mundo. As vantagens da fusão sobre a fissão nuclear (a tecnologia das usinas nucleares atuais) são notáveis: não produz lixo radioativo de longa duração, não há risco de colapsos como o de Chernobyl ou Fukushima, e o combustível é vasto. No entanto, os desafios técnicos para tornar a fusão comercialmente viável ainda são imensos. Manter um plasma estável a temperaturas extremas e desenvolver materiais capazes de suportar o bombardeio de nêutrons de alta energia são apenas alguns dos obstáculos a serem superados. Apesar das dificuldades, o potencial da energia de fusão para combater a crise climática e redesenhar a matriz energética global é tão grande que governos e investidores estão dispostos a apostar alto em seu sucesso.

Fonte original: https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=usina-fusão-nuclear-comercial-tera-design-esferico

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