Com Selic em Alta, Mercado Debate Impactos na Inflação, Crédito e Investimentos

A taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, permanece em um patamar elevado, uma decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central para combater a persistente pressão inflacionária. Essa ferramenta de política monetária tem um impacto profundo e generalizado no dia a dia de todos os brasileiros, influenciando desde o custo do pãozinho até a rentabilidade da poupança e as decisões de grandes investidores. Quando a Selic sobe, o objetivo principal é tornar o crédito mais caro. Empréstimos, financiamentos de veículos e imóveis, e as faturas do cartão de crédito ficam com juros mais altos. Essa medida visa desestimular o consumo e, com menos dinheiro circulando, a demanda por produtos e serviços diminui, o que teoricamente ajuda a frear a alta dos preços. Para as empresas, o crédito mais caro pode significar o adiamento de investimentos em expansão e contratações, desacelerando a atividade econômica. Por outro lado, uma Selic alta torna os investimentos em renda fixa mais atraentes. Títulos públicos atrelados à Selic (como o Tesouro Selic), CDBs que pagam um percentual do CDI (que segue de perto a Selic) e outros ativos conservadores passam a oferecer um retorno nominal mais robusto. Isso atrai investidores que buscam segurança e uma rentabilidade previsível, especialmente em tempos de incerteza econômica. No entanto, é crucial diferenciar a taxa de juros nominal da taxa de juros real. A taxa real é o que o investidor ganha de fato, após descontar a inflação do período. Se a Selic está em 10% ao ano e a inflação no mesmo período é de 6%, o ganho real do investidor é de aproximadamente 4%. Portanto, mesmo com uma Selic alta, se a inflação também estiver elevada, o poder de compra do investidor pode não aumentar tanto. O cenário atual gera um debate constante entre economistas. Enquanto alguns defendem a manutenção de juros altos como necessária para ancorar as expectativas de inflação e garantir a estabilidade da moeda, outros alertam que o custo para a economia é muito alto, com risco de recessão e aumento do desemprego. Encontrar o equilíbrio certo para a taxa Selic é o desafio perpétuo do Banco Central, uma decisão que molda o presente e o futuro da economia do país.

Fonte original: https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/06/19/copom-mantem-taxa-de-juros-em-1050-ao-ano.ghtml

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