Brasil e China fecham acordo para comércio em moedas locais

Brasil e China deram um passo significativo para fortalecer suas relações comerciais e reduzir a dependência do dólar americano em suas transações. [9, 12, 26] Os bancos centrais dos dois países oficializaram um acordo que permite a realização de operações de comércio e investimento diretamente em real (BRL) e yuan (CNY). [29, 32] A medida, anunciada durante o Fórum Empresarial Brasil-China, visa reduzir os custos de transação, mitigar os riscos cambiais e agilizar o fluxo de capitais entre as duas potências. A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, com um fluxo de comércio que ultrapassou os 150 bilhões de dólares em 2022. [9] Até agora, a maior parte dessas transações era intermediada pelo dólar, o que adicionava uma camada de custo e complexidade. Com o novo arranjo, um exportador brasileiro poderá vender seus produtos para a China, receber em yuans e converter o valor diretamente para reais no Brasil, através de um banco de compensação autorizado. O mesmo vale para importadores brasileiros e investidores de ambos os países. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem defendido o fortalecimento de moedas alternativas ao dólar no comércio global, especialmente entre os países do BRICS, comemorou o acordo. \\\"Por que todos os países são obrigados a fazer seu comércio lastreado no dólar? Quem foi que decidiu que era o dólar a moeda? Precisamos ter uma moeda que transforme os países numa situação um pouco mais tranquila, porque hoje um país precisa correr atrás de dólar para poder exportar\\\", questionou o presidente durante sua visita à China. [32] A iniciativa faz parte de um movimento mais amplo da China para promover o uso internacional de sua moeda, o yuan. Acordos semelhantes já foram firmados com a Rússia, Arábia Saudita e outros parceiros comerciais. Para o Brasil, além da redução de custos, o acordo pode representar uma maior autonomia em sua política comercial e financeira, diminuindo a exposição às flutuações da moeda americana e às políticas monetárias dos Estados Unidos.

Fonte original: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/brasil-e-china-fecham-acordo-para-comercio-em-moedas-locais/

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