A sexta sessão da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA-6), realizada em Nairóbi, no Quênia, encerrou-se com um forte apelo à unidade global e ao multilateralismo como ferramentas essenciais para enfrentar a tripla crise planetária: mudanças climáticas, perda de biodiversidade e poluição. Considerado o principal órgão de tomada de decisões ambientais do mundo, o evento reuniu mais de 7.000 participantes de 182 países e resultou na aprovação de 15 resoluções e duas decisões sobre temas críticos. Entre os tópicos abordados nas resoluções estão a gestão de produtos químicos e resíduos, o combate às tempestades de areia e poeira, a degradação do solo, a proteção dos oceanos e a promoção de uma transição justa para a energia limpa. Um dos destaques foi a resolução sobre a mineração, que pede aos países que gerenciem os impactos ambientais e sociais da atividade de forma mais rigorosa. Outra resolução importante trata da proteção do meio ambiente em áreas de conflito armado, reconhecendo que a degradação ambiental pode exacerbar tensões e dificultar a recuperação pós-conflito. A diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Inger Andersen, destacou que a UNEA-6 demonstrou que o multilateralismo está vivo e que a diplomacia ambiental pode funcionar. No entanto, houve também momentos de frustração. Países em desenvolvimento lamentaram que o princípio das \"Responsabilidades Comuns, Porém Diferenciadas\" — que reconhece que os países desenvolvidos têm uma responsabilidade histórica maior pela crise climática — não tenha sido incluído de forma mais enfática na declaração ministerial final. Ativistas e organizações da sociedade civil também expressaram preocupação com a influência da indústria de combustíveis fósseis e plásticos nas negociações, argumentando que a presença massiva de lobistas enfraquece as metas de redução da produção. Apesar dos desafios, a UNEA-6 reafirmou a importância de uma abordagem coordenada e inclusiva para garantir um futuro sustentável, justo e equitativo para as gerações presentes e futuras, deixando um legado de que, apesar das diferenças políticas, a cooperação é o único caminho para a sobrevivência do planeta.
Fonte original: https://news.un.org/pt/tags/meio-ambiente
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