O ano de 2025 começou com um alerta para a Amazônia. Dados do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) do Imazon indicaram que a floresta perdeu 133 km² de sua cobertura vegetal em janeiro, um aumento de 68% em comparação com o mesmo mês de 2024. Embora o número não seja o maior da série histórica, iniciada em 2008, ele representa uma reversão na tendência de queda que vinha sendo observada nos meses anteriores e acende um sinal de preocupação para os especialistas e defensores do meio ambiente. O estado do Mato Grosso foi o campeão de desmatamento no período, respondendo por 45% do total da área destruída na Amazônia Legal. Roraima e Pará aparecem na sequência, somando juntos 88% de toda a devastação registrada no mês. A pressão do agronegócio, a grilagem de terras e a mineração ilegal continuam sendo os principais vetores da destruição da floresta. Além do desmatamento de corte raso, a degradação florestal, causada principalmente por queimadas, também atingiu um patamar alarmante. Em janeiro de 2025, a área degradada foi de 355 km², um número 21 vezes maior que o registrado no mesmo período do ano anterior. Essa degradação fragiliza a floresta, tornando-a mais suscetível a novos incêndios e dificultando sua capacidade de regeneração. O aumento do desmatamento em janeiro coincide com um período de seca mais intensa em algumas partes da Amazônia, o que facilita a propagação do fogo. No entanto, especialistas ressaltam que o fogo na região é quase sempre de origem humana, associado a práticas de limpeza de terreno para fins agropecuários. A situação das Terras Indígenas e Unidades de Conservação também é preocupante. A Terra Indígena Yanomami, em Roraima, continua a sofrer com a invasão de garimpeiros e o consequente desmatamento. No Amazonas, diversas Unidades de Conservação registraram focos de destruição. Diante desse cenário, ambientalistas cobram uma ação mais enérgica e integrada dos governos federal e estaduais. O fortalecimento da fiscalização, a punição exemplar dos criminosos ambientais e o investimento em uma economia da floresta em pé, que gere renda para as populações locais de forma sustentável, são apontados como os caminhos essenciais para reverter a curva de destruição e garantir o futuro da maior floresta tropical do mundo.
Fonte original: https://climainfo.org.br/2025/02/25/desmatamento-na-amazonia-legal-aumenta-quase-70-em-janeiro/
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