Bactérias podem ser eficazes para combater a asma 

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A exposição a bactérias “boas” desde cedo pode evitar o desenvolvimento da asma. É o que diz um estudo realizado por cientistas canadenses e publicado recentemente na revista científica Science Translational Medicine.

A equipe de pesquisadores da Universidade da British Columbia e do Hospital Infantil de Vancouver, ambos no Canadá, comparou o microbioma de bactérias intestinais de bebês aos três meses e com um ano de idade e o risco de desenvolver asma aos três anos.

A análise das fezes de 319 crianças com apenas três meses de idade mostrou que aquelas que corriam maior risco de asma tinham menores níveis de quatro tipos de bactérias em seu organismo: Faecalibacterium, Lachnospira, Veillonella e Rothia (apelidadas de FLVR). Entretanto, os níveis destas bactérias no corpo das mesmas crianças com um ano de idade não provocou o mesmo efeito no risco de desenvolvimento de asma. De acordo com os resultados, os primeiros meses de vida são cruciais para a prevenção da doença. “A exposição aos microrganismos no momento ideal pode ser a melhor forma de prevenir várias alergias e principalmente a asma”, relataram os autores.


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Os pesquisadores tentam compreender porque há redução ou aumento do nível dessas bactérias no organismo tão precocemente. As principais hipóteses levantadas são: amamentação, dieta materna, fatores genéticos, além do tipo de parto. Estudos anteriores já relacionaram cesarianas a uma menor diversidade de bactérias no organismo do bebê já que ele não precisou passar pelo canal vaginal ao nascer. "Aos três meses, os bebês ainda nem foram apresentados ao mundo. Então, as evidências apontam para fatores relacionados ao pré-natal e as bactérias presentes na mãe", disse Brett Finlay, principal autor do estudo, à revista americana Time.

De acordo com os pesquidadores, identificar o grupo bacteriano e sua relação com a asma é fundamental para tentar encontrar maneiras de prevenir a doença. No futuro, eles esperam que seja possível evitar a asma por meio da administração de probióticos em bebês que apresentarem deficiência dessas bactérias.

Asma — A asma é inflamação crônica das vias aéreas, que se estreitam e dificultam a respiração. Embora não tenha cura, é uma doença controlável se for corretamente tratada. Caso contrário, o estreitamento das vias aéreas torna-se ainda mais espesso. Estima-se que cerca de 300 milhões de pessoas no mundo convivam com o problema. No Brasil são 20 milhões pacientes asmáticos -- o que significa uma prevalência de 10% na população. 

(Da redação)



fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/bacterias-podem-ser-eficazes-para-combater-a-asma
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